O RALHO da SEMANA -Adriane corta da saúde, mas não atrasa o pagamento da Nextmed

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Adriane corta da saúde, mas não atrasa o pagamento da Nextmed

A Prefeitura de Campo Grande pode não ter dinheiro para comprar remédios,
contratar profissionais da saúde ou reformar unidades básicas — mas para a
Nextmed, o pagamento está sempre em dia, sem atrasos, sem crise, sem
desculpas. Enquanto a população enfrenta filas, espera por exames e falta de
medicamentos, a tecnologia milionária vendida como solução é, na prática, um
negócio perfeito para poucos e um pesadelo para muitos.
O nome por trás da jogada? João Baird. Para quem já conhece o histórico, o
nome dispensa apresentações. Apontado como o cérebro de esquemas de
corrupção em Mato Grosso do Sul, Baird agora opera nas sombras, usando
como fachada a figura do genro Felipe Braga, dono da empresa Nextmed. A
estratégia não é nova: a empresa fatura alto, os serviços patinam, e a
população paga a conta — duas vezes: com impostos e com sofrimento.
Adriane Lopes, a prefeita que adora discursar sobre inovação, anunciou com
orgulho um “investimento” de R$ 20 milhões na modernização das unidades de
saúde. Totens, câmeras, sistemas modernos — tudo parece muito bonito no
papel. Mas a realidade é outra: falta seringa, falta médico, falta estrutura, mas
sobra Nextmed.
O detalhe sórdido é que, enquanto os repasses a fornecedores essenciais
atrasam, a Nextmed segue sendo religiosamente paga, mês após mês. É como
se houvesse uma fila paralela — a fila dos fornecedores de sempre, que
penam para receber, e a fila VIP da empresa amiga do poder, onde o caixa
está sempre aberto.
João Baird já é conhecido por isso: atua em setores essenciais, onde há muito
dinheiro e pouca transparência, e consegue manter seus negócios operando
mesmo quando tudo à volta está desmoronando. O histórico dele é tão longo
quanto previsível: contratos com indícios de superfaturamento, empresas de
fachada, licitações sob medida e lucros estratosféricos.
A Nextmed é só mais uma engrenagem desse sistema. E a prefeita Adriane
Lopes, ao que tudo indica, não só sabe disso, como parece confortável com a
situação. Afinal, para cortar gratificações de profissionais da enfermagem e
guardas municipais, ela é rápida. Mas para rever contratos milionários e
suspeitos, o silêncio reina absoluto.
A população sente o impacto direto desse modelo de gestão. A tecnologia que
deveria facilitar o atendimento, na prática, só digitalizou a burocracia. Totens
que não funcionam, prontuários eletrônicos que travam, e um atendimento
cada vez mais impessoal e precário. Mas tudo com nota fiscal, tudo bem pago,
tudo dentro da legalidade das aparências.
A grande pergunta que fica é: qual é a real prioridade da gestão Adriane
Lopes? Porque, ao que tudo indica, saúde pública, no sentido humano da
palavra, está longe do topo da lista. O topo pertence aos contratos, aos
parceiros certos, aos interesses ocultos — e a Nextmed, claro.
Enquanto isso, a população continua esperando atendimento, enfrentando
unidades sucateadas e vendo o sistema de saúde municipal virar palco de
escândalos disfarçados de inovação. A tal “modernização” virou cortina de
fumaça. Atrás dela, João Baird segue operando com tranquilidade.
E assim segue Campo Grande: com tecnologia de ponta para esconder o
buraco no asfalto, os remédios em falta, o médico ausente e a gestão que
enxerga cifras antes de enxergar gente.

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