SOLTO NA BURAQUEIRA
O prefeito de Manaus está surpreendendo positivamente no que se refere a obras e serviços públicos. O ritmo de trabalho que vem impondo à sua equipe é frenético. Fosse um ventilador a máquina municipal, dir-se-ia que está na velocidade cinco. A injeção financeira obtida com o termo de cooperação firmado em outubro de 2021 com o Governo do Estado deu um gás que, pelo visto, a Prefeitura está não só aproveitando bem, como potencializando. Que o digam as ruas da cidade, atacadas em operações tapa-buracos e de recapeamento em inúmeros pontos da área central e da periferia simultaneamente. Tanto que a Associação Comercial do Vieiralves até emitiu nota de agradecimento pelas obras que vêm sendo feitas naquela área.
OLHAR É IMPORTANTE, CUIDAR É PRECISO
Que a capital amazonense há muito precisava de mais atenção, a começar pelo sistema viário altamente deteriorado e precarizado, disso ninguém duvidava. Mas não deixa de ser reconfortante ver que finalmente alguém saiu do discurso para a prática e pôs as mãos na massa, como se costuma dizer daqueles que entram de cabeça num trabalho. E com isso, aos poucos, as ruas de Manaus vão perdendo o visual de solo lunar, para o alívio de transeuntes e motoristas.
O OLHO DO DONO É O QUE ENGORDA…
Manaus não é pasto, sua gente não é gado e muito menos David Almeida é dono da cidade. Entretanto esse jargão popular bem que cabe para ilustrar a presença constante do prefeito nas frentes de obras e serviços municipais. Não é raro encontrá-lo, a qualquer hora do dia, junto a operários e outros trabalhadores, trocando ideias e vistoriando. É certo que para essas tarefas há mestres de obras, supervisores, engenheiros e outros profissionais, mas a presença do “chefe”, como se costuma dizer dos mandatários, é sempre bem-vinda.
MESTRE DAS BOLAS FORA
É o que se pode dizer do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), pois o coitado não acerta uma. Toda vez que se pronuncia, sobre qualquer tema que seja, acaba levando um ralho, uma descompostura pública do “chefe”, que não faz a menor cerimônia e nem tem a menor piedade do seu segundo homem – na escala hierárquica da Presidência da República, bem entendido.
EM BOCA FECHADA NÃO ENTRA MOSQUITO
Esse adágio popular muito usado para alertar os falastrões contumazes talvez nunca tenha sido dito por um amigo, conhecido ou “chegado” do general da reserva, que não se cansa de levar bronca do capitão reformado que hoje é seu comandante. É tão direta a forma de Bolsonaro se referir a Mourão que lembra imediatamente aquela história do “calado já estás errado”.
E QUEM DIZ O QUE QUER…
Essa questão envolvendo a invasão russa na Ucrânia, por sinal, foi “pra acabar”. Um resolveu estar no lugar errado, na hora errada e falar o que não devia, hipotecando solidariedade ao que já se anunciava agressor, em atos e declarações. E poucos dias depois viu acontecer o que disse que não aconteceria. Outro resolveu completar a dose de patacoadas defendendo resposta bélica, uso da força e tudo o mais. Ambos disseram o que queriam, para ver e ouvir o que não queriam.
MAMÃE FALOU, LEVOU E VAZOU
As fileiras da terceira via moronáutica nem se formaram e já sofrem baixas. Flagrado em plena diarreia verbal, depreciando as mulheres pobres que fogem dos horrores da guerra na Ucrânia, um tal Arthur do Val, que atende pela alcunha de Mamãe Falei, tem mandato de deputado estadual em São Paulo e seria candidato a governador pelo Podemos, pegou o beco em nome do considerado, como diria o Cabucão Abdias. Ao constatar o tamanho do rombo que causou à sua própria imagem, entendeu (ou entenderam por ele) o quanto sua companhia seria desastrosa para o ex-juiz Sérgio Moro e tratou de anunciar a desistência da pré-candidatura.
Vamos ver, em outubro, se o eleitorado de São Paulo fará justiça defenestrando de vez essa figura do Parlamento.
PAULINHO FALOU E DISSE
Quem falou a coisa certa no momento certo e com muita firmeza foi Paulinho da Força, que esteve em Manaus sexta-feira passada para prestigiar a filiação do deputado Ricardo Nicolau ao Solidariedade para concorrer ao cargo de governador neste ano. Presidente nacional do partido e liderança forjada no movimento sindical metalúrgico, Paulinho tanto criticou duramente o decreto de morte da ZFM engendrado por Pink e Cérebro do Planalto, conhecidos como Jair Bolsonaro presidente e Paulo Guedes ex-Posto Ipiranga da Economia, quanto garantiu que toda a bancada do Solidariedade no Congresso Nacional, que é composta por 13 deputados federais incluindo o amazonense Bosco Saraiva, cerrará fileiras em defesa do modelo.
NORTE UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO?Paulinho lembrou de uma força política que é defendida pelo sindicalista Carlos Lacerda há tempos: a bancada dos estados do norte no Congresso Nacional. Amazonense que passou cerca de duas décadas em Brasília como dirigente da Força Sindical e da CNTM – Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, ocupou cargos em órgãos e entidades de assessoramento parlamentar e chegou ao cargo de secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, Lacerda sempre defendeu a tese de que a melhor saída para os estados nortistas equilibrarem um pouco a correlação de forças no Congresso Nacional seria atuar sempre em bloco, unindo suas bancadas.
A LIÇÃO DO FEIXE DE GRAVETOS
Muito usada para ilustrar a importância da união, diz que um graveto isolado é fácil de quebrar, mas quando está com outros, formando um feixe, a coisa muda de figura. E cabe perfeitamente nessa questão do norte. Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia e Roraima têm apenas 8 deputados federais cada, enquanto o Pará tem 17. O que são 8 deputados, ou mesmo 17, em confronto com os 25 de Pernambuco, os 30 do Paraná, os 39 da Bahia, os 31 do Rio Grande do Sul, os 46 do Rio de Janeiro, os 53 de Minas Gerais ou os 70 de São Paulo? Não dão nem pro cheiro. Mas juntos, esses 6 estados passam a ter 57 deputados. E 18 senadores representam quase um quarto de todo o Senado, que tem 81 membros.